Este país não é para todos, infelizmente!
Entrámos em 2018 com grandes novidades, ou talvez não!
Está na ordem do dia o encerramento de algumas estações dos CTT - Correios de Portugal e consequentes despedimentos que só demonstram que a história das privatizações, na maioria das vezes, é ruinosa mas isso não impede que se continue a querer privatizar.
Três anos bastaram para que os CTT contribuíssem para a degradação dos serviços e, como diz Joana Mortágua, a única carta que chega a horas é a que leva os cheques com a choruda distribuição de lucros aos acionistas.
Três anos bastaram para que os CTT contribuíssem para a degradação dos serviços e, como diz Joana Mortágua, a única carta que chega a horas é a que leva os cheques com a choruda distribuição de lucros aos acionistas.
Apesar de alegarem a existência de uma crise para justificar o encerramento de mais 22 estações e a redução de mais de 800 trabalhadores, os acionistas meteram ao bolso 90% dos lucros da empresa.
Os acionistas aproveitaram a privatização de um serviço público para criar um banco comercial com uma rede de balcões imbatível no território nacional.
Grande negócio!!!!
Entretanto, nas zonas rurais, o carteiro passa uma vez, isto se for uma boa semana.
Rouba-se um serviço que deveria ser público, rouba-se qualidade e impede-se as pessoas de aceder aos serviços.
Haja sensatez e vergonha!
Se por estas bandas os CTT ainda permanecem, será que a onda de encerramentos demora a chegar?
No distrito de Beja nenhuma estação, por enquanto, fechará mas só pelo facto de que a empresa tem que garantir o serviço e requisitos de densidade geográfica exigidos pelo serviço universal, ou seja, garantir os serviços mínimos.
Por enquanto estamos safos!
Por Almodôvar outros cenários se desenham: estão abertas as inscrições para o Programa de Ocupação Municipal de Desempregados de Longa Duração; este abrange no máximo quinze candidatos, pelo período de nove meses, que se encontrem em situação de desemprego de longa duração.
Até aqui tudo bem!
Mas se o objetivo deste programa é, como se diz no regulamento específico, contribuir para a formação humana e profissional, e posterior reintrodução no mercado de trabalho, bem como melhorar a situação económica dos participantes neste programa, qual a lógica de atribuir uma Bolsa Mensal que se destina apenas a fazer face a despesas que surjam do desenvolvimento das atividades pelos participantes?
Será que não é possível dar o valor justo pelo trabalho efetuado?
Se o Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2018 do município de Almodôvar, no valor de 12 milhões de € é, como diz o presidente da câmara, e cito, "um orçamento virado, uma vez mais, para as pessoas, assim como para o desenvolvimento económico e social do concelho", então este programa poderia, e deveria, ser reforçado.
Nas palavras do presidente da câmara, António Bota, "a vertente financeira, que não sendo muito significativa, será mais um estímulo para que este projeto tenha o êxito que pretendemos, que passa essencialmente por dar dignidade e ocupar de forma terapêutica todos os nossos concidadãos que infelizmente não têm trabalho".
Terapêutico seria ter trabalho e digno seria receber o que é justo pelo trabalho efetuado, ideal, digo eu, seria uma efetiva reintegração no mercado de trabalho.
Tal como referi no debate na Rádio Castrense, aquando das eleições autárquicas 2017, e a propósito da criação de emprego, este tipo de programas não proporciona nem a resolução do problema da falta de emprego, nem tira as pessoas da precariedade laboral, nem dá independência económica.
Continuo a fazer a mesma pergunta que fiz na altura: que tipo de contrato de trabalho é que se quer fazer com as pessoas?
Bom fim de semana!
05/01/2018
Cristina Ferreira
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