sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Cristina Ferreira - Crónicas ( XIII )










As eleições autárquicas de outubro deram a maioria ao Partido Socialista na Câmara de Almodôvar.


Ao executivo eleito pelo PS, visto que o do PSD nem nas fotos aparece, chegou uma vontade de mandar em tudo e todos.


Tendo como eleito para presidente da Câmara Municipal, António Bota, este acha-se no direito de aplicar o poder transformando, assim, os valores socialistas em ditatoriais.

Se o que importa são as pessoas - primeiro as pessoas como afirma frequentemente - e trabalha em prol do concelho - como se justifica que este telefone a uma empresa de formação e faça chantagem de não ceder o edifício se não mudarem a formadora?

Como se justifica que o representante do concelho tenha esta atitude e prejudique todos aqueles que querem aprender um pouco mais?

Como se justifica esta ditadura e abuso de poder?

Não se justifica - como é óbvio - mas mostra a política que está a gerir o concelho, bem como o indivíduo, valores e atitudes do mesmo.

Eleito democraticamente usa agora o

eu Quero,
eu Posso,
eu Mando

para eliminar situações das quais não gosta pessoalmente!





Perante esta situação várias perguntas surgem:

- autorizou o uso de um edifício público para aí ser ministrada formação pelo que não era para respeitar o acordo?

- um edifício público não é para ser usufruto de todos?

- formadores e, já agora, formandos têm que ser autorizados pelo presidente?

- também as temáticas da formação têm que ter o seu aval?

Estamos num concelho onde, pelos vistos, a educação tem que passar pelo lápis azul da censura, pelo crivo dos interesses pessoais deixando de lado o dos munícipes.

Como formanda dessa formação, como munícipe, como professora não posso aceitar este despotismo, não posso aceitar o poder acima da razão e, muito menos, compactuar com este tipo de atitudes.

E já que se aborda o tema da educação aproveito para lembrar que, numa crónica anterior, me tinha manifestado contra a municipalização do ensino, sendo que esta situação é a prova de que eu vou continuar a dizer não: ela é exatamente o oposto da democracia e, ironicamente, foi a democracia que lhe permitiu ser eleito Presidente da Câmara!


23/02/2018

Cristina Ferreira



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