sexta-feira, 27 de abril de 2018

Cristina Ferreira- Crónica ( XXI )










Os discursos de abril povoaram as comemorações dos 44 anos de Liberdade.


Os deputados do Bloco de Esquerda às Assembleias Municipais de Odemira e Beja, respetivamente Pedro Gonçalves e Gina Mateus, olharam para os valores de abril e, em jeito de balanço, colocaram a tónica na realidade que se vive no nosso distrito e nos valores que urge preservar.

Gina Mateus, deputada na Assembleia Municipal de Beja, defende que uma democracia mais participada e participativa será a porta para um futuro em que a intervenção de todos e todas é fundamental para a construção de uma sociedade mais livre, aberta e justa. Assim, abordou as questões ambientais que passam pelo uso do glifosato, proliferação das monoculturas, regionalização, a intervenção do "Movimento Beja Merece+".

Não basta saudar abril, é necessário vivê-lo e, só assim, poderá mudar-se o presente e construir o futuro.

Pedro Gonçalves, deputado na Assembleia Municipal de Odemira, espera que estes tempos sejam de viragem e de novas abordagens.

A história mostra-nos que a liberdade foi difícil de conquistar mas, os homens e as mulheres que por ela lutaram, devem continuar na nossa memória, como é o caso de Gonçalves Correia, um dos que lutou lado a lado com os camponeses do Alentejo.

Falou, também, das agressões ambientais da exploração petrolífera, da municipalização como via aberta à privatização das funções sociais do Estado, desresponsabilizando e desmantelando as políticas públicas em áreas como Educação, Saúde, Segurança Social e Cultura. Prestou, também, homenagem a várias figuras que tiveram um papel relevante e ativo no concelho e que contribuíram para uma efetiva mudança.

O trabalho na Assembleia Municipal destes eleitos pelo Bloco de Esquerda pauta-se pela defesa do presente e por perspetivar um melhor futuro para todos e todas, pois muito há ainda para fazer.

Outros discursos houve neste dia que se limitaram a mascarar com palavras  o autoelogio, o vazio de ações, a inércia, a falta de estratégia bem como a reprodução de frases feitas que, de tanto serem repetidas, já ninguém liga. Defende-se a liberdade de pensamento e de participação mas pratica-se o contrário, defende-se a mudança mas não se deixa mudar, fala-se em conquista democrática mas pratica-se o oposto, apela-se à participação da nova geração mas só se mostra um caminho. A democracia no discurso não é a da ação, a liberdade que se apregoa não é a que se permite, as palavras e os atos estão de costas voltadas.

27/4/2018 
Cristina Ferreira

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