Os
discursos de abril povoaram as comemorações dos 44 anos de Liberdade.
Os
deputados do Bloco de Esquerda às Assembleias Municipais de Odemira e Beja,
respetivamente Pedro Gonçalves e Gina Mateus, olharam para os valores de abril
e, em jeito de balanço, colocaram a
tónica na realidade que se vive no nosso distrito e nos valores que urge
preservar.
Gina
Mateus, deputada na Assembleia Municipal de Beja, defende que uma democracia
mais participada e participativa será a porta para um futuro em que a
intervenção de todos e todas é fundamental para a construção de uma sociedade
mais livre, aberta e justa. Assim, abordou as questões ambientais que passam
pelo uso do glifosato, proliferação das monoculturas, regionalização, a
intervenção do "Movimento Beja Merece+".
Não basta saudar abril, é necessário vivê-lo
e, só assim, poderá mudar-se o presente e construir o futuro.
Pedro
Gonçalves, deputado na Assembleia Municipal de Odemira, espera que estes tempos
sejam de viragem e de novas abordagens.
A história mostra-nos que a liberdade foi difícil de conquistar mas, os
homens e as mulheres que por ela lutaram, devem continuar na nossa memória, como
é o caso de Gonçalves Correia, um dos que lutou lado a lado com os camponeses
do Alentejo.
Falou, também, das agressões ambientais da exploração petrolífera,
da municipalização como via aberta à privatização das funções sociais do Estado,
desresponsabilizando e desmantelando as políticas públicas em áreas como
Educação, Saúde, Segurança Social e Cultura. Prestou, também, homenagem a
várias figuras que tiveram um papel relevante e ativo no concelho e que
contribuíram para uma efetiva mudança.
O
trabalho na Assembleia Municipal destes eleitos pelo Bloco de Esquerda pauta-se
pela defesa do presente e por perspetivar um melhor futuro para todos e todas,
pois muito há ainda para fazer.
Outros
discursos houve neste dia que se limitaram a mascarar com palavras o autoelogio, o vazio de ações, a inércia, a
falta de estratégia bem como a reprodução de frases feitas que, de tanto serem
repetidas, já ninguém liga. Defende-se a liberdade de pensamento e de
participação mas pratica-se o contrário, defende-se a mudança mas não se deixa
mudar, fala-se em conquista democrática mas pratica-se o oposto, apela-se à
participação da nova geração mas só se mostra um caminho. A
democracia no discurso não é a da ação, a liberdade que se apregoa não é a que
se permite, as palavras e os atos estão de costas voltadas.
27/4/2018
Cristina
Ferreira
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