O AEROPORTO (DO MONTIJO)
Para que tenhamos um mundo mais sustentável os líderes políticos e económicos mundiais reúnem-se no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça; as alterações climáticas e a necessidade de transformar a economia para criar um mundo mais justo e sustentável dão o mote a este encontro.
O desafio de reconciliar a economia com o planeta e criar um mundo mais coeso e sustentável é o apelo lançado pela comissária Europeia, visto que as questões ambientais estão no centro da discussão e é urgente a sua resolução.
Salvar o planeta, implementar economias mais justas e um futuro mais saudável é da responsabilidade de todos e exige ação e mudança por parte do todo e cada um tem o dever de participar e agir pois só assim a mudança ocorre.
Se em Davos se discute como criar mais sustentabilidade ao nível ambiental, em Portugal discute-se a criação de um novo aeroporto, o aeroporto do Montijo, numa área da extrema importância ambiental, numa zona densamente povoada e que possui um importante ponto de captação de água – Onde está a preocupação com o ambiente e as pessoas?
O impacto ambiental do projeto bem como as alternativas de implantação no terreno devem equacionar a avaliação de impactes positivos e negativos relativos à transferência/aumento de tráfego associado, nomeadamente o decréscimo da qualidade de vida da população aí residente.
As consequências ao nível das acessibilidades, conservação da natureza, ruído e poluição do ar são algumas das questões que devem ser equacionadas bem como os custos associados à minimização dos impactos negativos.
A conservação da natureza é um dos maiores problemas de ter um aeroporto junto ao estuário do Tejo, bem como o efeito sobre as aves que ali passam na sua rota migratória e, como tal, merecedor de toda a atenção.
Quanto ao ruído, para além da perturbação da avifauna do Estuário do Tejo, irá também afetar essa zona densamente povoada.
Se a Agência Portuguesa do Ambiente permitir o avanço deste projeto consegue-se destruir um estuário, a qualidade de vida da população aí residente e um ponto de captação de água.
Afinal em que ficamos?
Defendemos o ambiente ou somos hipócritas ao ponto de o destruir sob a bandeira do desenvolvimento?
Caixa Alta, Rádio Castrense
Cristina Ferreira, 24/01/2020
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