JUSTIÇA
NA RESPOSTA À CRISE
Foi o
lema XII Convenção do Bloco de Esquerda, que decorreu em Matosinhos, nos 22 e
23 de maio.
Destacou-se
o debate plural numa Convenção em que estiveram em debate as ideias de cinco
moções de orientação, pois o que une o Bloco de Esquerda é a política não o
pensamento único ou a devoção a um ritual.
No
plano político há o objetivo declarado da direita de “aniquilar a força popular
da esquerda” com o apoio das “fake news e a intoxicação,” mas “Eles medem-se
pelo ódio, nós medimo-nos pelo respeito. Eles escolhem o pântano, nós usamos a
transparência”.
Assim
o Bloco deve afirmar-se como “a força contra o pântano da desigualdade e do
empobrecimento, contra o atraso e a arrogância dos poderosos”. E essa
“desistência da direita” significa que “toda a política nacional será determinada
pela força da esquerda para conseguir as soluções para o país” e que o Bloco
"é e será a barreira contra a direita e a extrema-direita".
“Cuidar
da qualidade do emprego é a primeira medida para sair da crise”, mas também
investir na saúde e proteção social, pois “Existe uma alternativa à esquerda
contra o marasmo” em que o país caiu.
Quanto
ao emprego, há que reforçar a necessidade de leis laborais “fortes” para que “o
investimento se traduza em mais salário”. Isso passará por “repor os direitos
contra o despedimento, combater o trabalho temporário, garantir contrato
efetivo contra a precariedade, recuperar carreiras no público como no privado”.
A
“justiça na resposta à crise”, que foi o lema desta Convenção, passa por mais
justiça fiscal, pois “Em Portugal, é mais fácil encontrar uma agulha no
palheiro de um grande devedor, do que um milionário que pague todos os seus
impostos”; a “justiça fiscal deve
começar pela medida de igualdade de tratamento de todos os tipos de
rendimento, é a condição para o país aliviar os rendimentos médios enquanto
financia um plano de habitação, a transição climática no tempo certo e uma
transição social para o pleno emprego”.
“Transparência, responsabilidade, responder pela habitação e pelo clima, combater as desigualdades. É essa a força e responsabilidade do Bloco de Esquerda em cada autarquia, em todo o país”, é esse o patamar de exigência do terceiro maior partido do país e a responsabilidade das mudanças da política em Portugal.
Cristina
Ferreira, 28/05/2021