PORQUE
MARISA MATIAS VAI A FORTES
No
próximo domingo, 13 dezembro, pelas 15h00 Marisa Matias, Candidata à
Presidência da República, desloca-se a Fortes, Ferreira do Alentejo, para um
encontro com a população e ativistas na sede da Associação Ambiental Amigos de
Fortes.
A
transformação de bagaço de azeitona e os gases poluentes que a fábrica AZPO
produz e se espalham no ar de Fortes, concelho de Ferreira do Alentejo,
contaminado tudo e todos, é um grave problema de saúde pública e ambiental com
o qual as gentes de Fortes convivem 24 horas por dia, 365 por ano.
A
Associação Ambiental Amigos de Fortes acusa a fábrica AZPO da não eliminação de
gases poluentes pois esta "limitou-se a concentrar a emissão de gases de
três chaminés numa só chaminé" mais alta, "não resolvendo o
problema", porque a solução "não teve qualquer redução" ou
permitiu a "eliminação" das emissões de gases poluentes sobre a
população de Fortes.
Este
é o cenário que Marisa Matias irá encontrar:
casas amareladas, um cheiro fétido no ar, um fumo constante a cobrir a
aldeia e um punhado de gente que luta para ficar, que luta para que as
condições mudem.
As
queixas da população sobre a poluição em Fortes já existem há vários anos e, em
2015, a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo viu-se obrigada a colocar este
problema às autoridades competentes para que fossem tomadas medidas corretoras.
O
Bloco de Esquerda de Beja sempre acompanhou e apoiou a luta das gentes de
Fortes e alertou para o agravar desta situação pois “durante meses, camiões
carregados de bagaço de azeitona não param de chegar a Fortes e grande parte
provém de Espanha, onde a legislação e a fiscalização ambiental não permitem
este tipo de práticas poluidoras a céu aberto”.
Marisa
Matias vem em campanha pois é importante “não deixar que a campanha não tenha a
sua finalidade principal”, ou seja, “ouvir as pessoas”. “Uma campanha não vive
sem contacto com as pessoas”, mas “não será no mesmo formato das anteriores
campanhas”.
A
sua candidatura define-se numa “proposta de um país que combata todas as formas
de racismo e discriminação e um modelo de desenvolvimento que finalmente comece
a representar as preocupações de combate às alterações climáticas e a fazer
essa transição ecológica que precisamos de fazer e que está tão atrasada”;
destaca, também, a perda de proteção laboral e direitos laborais, com o
aprofundamento da precariedade como um dos principais problemas da sociedade.
Responder a isto exige “valorizar os direitos de quem trabalha e saber que
termos um contrato que nos protege faz toda a diferença”.
A
resposta à crise é por isso o centro da sua candidatura. “Uma proposta de
resposta a situações difíceis e de recuperação do país para nos tentarmos
proteger e não termos de passar por esta situação novamente” pois neste momento
a crise é mais recente, não sabemos quanto tempo vai durar e estamos longe de
saber as consequências do ponto de vista económico e social”, explica.
Sobre
os efeitos da crise pandémica sobre a campanha eleitoral, a candidata
presidencial diz que “temos de nos adaptar e procurar fazer melhor debate
possível nas circunstâncias, para podermos ouvir as pessoas”. E garante que
“não iremos fazer nada que não cumpra as condições sanitárias”.
Cristina
Ferreira, 11/12/2020