sexta-feira, 31 de maio de 2019

Cristina Ferreira - Crónicas II (31MAI2019)


Crónica 20.ª

(Caixa Alta S2 - 31MAI2019)




As eleições europeias realizadas no passado domingo colocaram o Bloco de Esquerda como a terceira força política a nível nacional.

Pese embora o elevado abstencionismo, este resultado confirma, em termos absolutos nominais e percentuais, não só a força do Bloco de Esquerda, mas também, o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido nos mandatos anteriores pela eurodeputada Marisa Matias. Junta-se-lhe agora José Gusmão, reforçando assim a presença do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu.

Apurados, globalmente, pouco mais de 325,5 mil votos, o Bloco de Esquerda, dobrou a votação relativamente a 2014. Essa foi igualmente a tendência ao nível do círculo eleitoral do distrito de Beja, onde apesar da alternância de posições, concelho a concelho, entre a 3ª e a 4ª força política mais votada, firmou-se na terceira posição tendo obtido 8,86% dos votos contra os 3,37% das eleições europeias anteriores.

O concelho de Almodôvar também seguiu esta tendência: terceira força política no concelho mostrando que, também aqui, o trabalho do Bloco de Esquerda é reconhecido e considerado merecedor da confiança dos e das almodovarenses. 
Este é um resultado revelador de duas coisas:


  • 1 – Também no distrito, o trabalho do Bloco de Esquerda é reconhecido e validado pelos cidadãos e cidadãs eleitores.
  • 2 – Demonstra a vontade de mudar os paradigmas políticos existentes.


Esta candidatura do Bloco de Esquerda teve Marisa Matias como cabeça de lista, mas os resultados obtidos são o reflexo das muitas lutas que outras mulheres e outros homens travaram ao longo dos anos, dando corpo às ideologias defendidas pelo Bloco e que pelo trabalho desenvolvido, tem conquistado a confiança das pessoas.

O Bloco de Esquerda sempre se apresentou com ideias e propostas concretas nos vários atos eleitorais, sejam estes umas eleições europeias, legislativas ou autárquicas, e sempre o fez de forma coerente no âmbito da sua ação local, regional, nacional ou europeia.

Dentro de poucos meses renovar-se-á o ciclo legislativo, e o Bloco de esquerda pretende consolidar a sua presença no Parlamento.

Considerando os atuais resultados eleitorais, mesmo sabendo que estes são atos eleitorais diferentes, não é de todo descabido ambicionar eleger um deputado pelo círculo eleitoral de Beja – com ideias e propostas concretas, coerentes com as necessidades da região e dos que nela habitam e trabalham, como sempre o fez.

Mudar a representação dos deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Beja é estar ao lado de quem mais necessita, é ajudar a resolver os problemas das pessoas e da região, é colocar o distrito de Beja no centro da resolução e não na periferia, como tem acontecido até ao momento.

Face ao elevado nível de abstenção, criam-se debates, críticas, dúvidas. Principalmente críticas.  Entre estas, quantas vezes ouvimos o já tradicional “Não votaram, não se queixem”, e todas as suas variações? Entre os debates, escutamos o porquê de tanta raiva, tanta descrença, tanta abstenção.

Não podemos negar que há uma série de fatores que facilitam ao eleitor simplesmente não aparecer. Assim como, não negaremos que é fácil não aparecer. Que há problemas pessoais, de tempo, de distância, que no momento de tomada de decisão, alteram a balança para o lado do “Não”. Proponho aqui outro fator, fruto de anos e anos de desencanto – simplesmente, o eleitor não se sente representado.

É difícil lembrar o peso do indivíduo face a um sistema governamental - uma união europeia, um país, um governo, até um município. Podemos ver o poder da nossa influência tão mais facilmente no nosso dia-a-dia: somos nós que pomos o pão na mesa, que levamos os filhos à escola, que pagamos dívidas e contas. Este microcosmo rodeia-nos, e não conseguimos perceber o porquê de haver eleições europeias, ou eleições legislativas, ou eleições presidenciais, ou eleições autárquicas. Somos apenas uma pessoa. O que pode uma pessoa fazer, quando confrontada com poderes tão grandes e tão distantes, que aparentam tomar decisões sem nós. Aqui, na minha família, na minha comunidade e na minha vila, eu importo.

Quando somos muitos a pensar desta forma, esquecemo-nos que a nossa inação também tem resultados. Que muitos “uns” fazem cem, que tantos cem fazem mil, que muitos mil fazem um milhão, e por aí adiante. 

É fácil, até demasiado, sermos confrontados com poderes que estão longe, e que nunca nos viram ou ouviram e não agir. Mas o nosso microcosmo é apenas isso - micro, e que vivemos numa sociedade que vive cada vez mais interligada. Cada abstenção é uma falha nessa ligação. 

Quando forem confrontados com a possibilidade de escolher quem vai representar os vossos interesses lá longe, pensem em todos os “uns” que um milhão tem. Fazem parte dele. Embora escolher não seja fácil, ou nos cause uma interrupção na nossa rotina, vale sempre a pena. Abstenção é silêncio. Façam barulho e votem. 

(Crónica elaborada com a colaboração de Filipe Santos e Lia Santos)

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 31/5/2019






sexta-feira, 24 de maio de 2019

Cristina Ferreira - Crónicas II (24MAI2019)


O próximo domingo é dia de eleições. São as Europeias. Dia 26 é dia de elegermos os nossos representantes no Parlamento Europeu.

O Bloco de Esquerda deposita a confiança em Marisa Matias, que encabeça uma lista secundada por José Gusmão, Sérgio Aires, Anabela Rodrigues e tantos outros homens e mulheres que se juntaram a esta candidatura, e que pode ser consultada em Esquerda.Net

Marisa Matias é a candidata de maior experiência, visto já ter exercido dois mandatos nos quais se destacou pelo excelente trabalho desenvolvido como relatora em várias diretivas, na copresidência de grupos de trabalho relacionados com a saúde, na coordenação e integração de comissões como a de Assuntos Económicos e Monetários ou da Indústria, Investigação e Energia, ou ainda a vice-presidência de Comissões Especiais constituídas na sequência dos escândalos luxleaks e swissleaks, ou ainda a presidência do intergrupo dos Bens comuns e da Delegação para as relações com os países do Maxereque, e da Missão da EU de observação das eleições nas Honduras.

É um currículo invejável, como poucos, mesmo entre os que mais se destacam nas candidaturas adversárias, terão, mas acima de tudo, tem sido um trajeto de coerência sempre pautado pelo sentido crítico e que sempre perspetivou contribuir para uma Europa, verdadeiramente unida, de pessoas e para pessoas.

Assim surge o Slogan de campanha – Lado a Lado!

Porque é Lado a Lado, com as pessoas e para as pessoas que a Europa faz sentido. E é Lado a Lado, com todos, que a Europa de todos se constrói.

Para Marisa Matias, a UE caiu numa crise sem precedentes o que abriu espaço à ascensão da extrema-direita no espaço europeu. A crise humanitária vivida nos últimos anos é claro exemplo disso, assim como, o processo do Brexit que se arrasta há dois anos. Mas esta candidatura não identifica apenas os males de uma Europa mergulhada em crises, traz consigo uma mensagem de esperança e que 26 de maio pode ser o marco da mudança necessária. Identifica os principais eixos onde a política europeia cruza com a política nacional e nos afeta no quotidiano. São eles o Estado Social, o Trabalho e o Ambiente.
Numa narrativa europeísta, Marisa Matias, transpõem para esta candidatura, a visão bloquista de que é necessária maior oposição a tratados que ponham nas mãos de privados o que hoje é estado social – a saúde, a educação entre outros. Defende também que o crescimento económico não foi acompanhado de crescimento salarial. Propõem formas de combater esta estagnação salarial, seja pela apresentação de propostas orientadas contra a austeridade seja pela conjugação de ações, que ancoradas num desenvolvimento sustentável, aproveite a oportunidade de criar “emprego verde” – com os devidos ganhos ambientais intrínsecos.

Em recentes declarações Marisa Matias apontou que “vivemos um tempo em que a integração europeia tem sido profundamente desigual e tem levado a um reforço das desigualdades económicas e sociais no espaço europeu, a uma fragmentação do projeto político, mas também a uma fragmentação social e económica”.
E deixa a promessa de que “não serei deputada para trazer as exigências de Bruxelas para o nosso país, serei sempre, como até aqui, deputada para trazer e para levar as exigências do nosso país até Bruxelas”.

Diz-nos a lei eleitoral que o dia anterior à votação é período de reflexão. A minha sugestão é que o façamos, e se possível de forma informada. No sítio da internet em Esquerda.Net estão disponíveis as informações mais relevantes sobre esta candidatura.

Para terminar, só mais uma nota.

Um pouco por todo o lado há quem apele ao boicote e à abstenção nas eleições, porém dia 26, quer votes ou não, serão eleitos os eurodeputados respetivos a cada país da UE e isso é imutável. Com o teu voto, informado, podes ajudar a mudar a Europa e o teu país.

(Crónica criada em co-autoria com Filipe M. Santos)



Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 24-05-2019

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Cristina Ferreira - Crónicas II (17MAI2019)


Crónica 18.ª

(Caixa Alta S2 - 17MAI2019)




São muitas as questões em torno do clima, não só a mudança urgente de hábitos e práticas mas, essencialmente, mudança de mentalidades e consequentes acções.

Se se reconhece que o plástico é um cancro ambiental, facto que já provocou um conjunto significativo de mudanças, talvez as mais visíveis e imediatas sejam aquelas que ocorrem nos diversos eventos e festivais, há ainda muito mais para fazer.

A nível mundial estamos em situação de emergência climática, ou seja, as alterações climáticas são cada vez mais sistemáticas e de maior intensidade com consequências cada vez mais devastadoras.

Em Portugal o cenário também é de emergência climática: secas (geralmente severas), calor, curtos períodos de precipitação e de baixa densidade que nem as barragens enchem, incêndios (ainda todos temos na memória Pedrogão Grande), bem como tempestades e cheias um pouco por todo o país.

No distrito de Beja, a distrital do Bloco de Esquerda alertou para graves consequências ambientais, bem como para a necessidade de combater os efeitos nefastos para o ambiente que a agricultura intensiva e superintensiva no Alqueva está a provocar, um problema urgente para resolver no presente mas que será gravíssimo no futuro.

Mas as alterações climáticas não são as únicas questões ambientais que se repetem: continuam a faltar estratégias e ações para que se mude a maneira como pensamos e agimos em relação ao ano seguinte – seja ao nível da gestão e manutenção do parque florestal português, seja ao nível da limpeza das bermas das estradas e espaços públicos, seja ao nível da manutenção e reforços dos meios aéreos e terrestres, entre muitos outros.

Por exemplo quem circula todos os dias nas nossas estradas percebe que não houve, nem há, a preocupação de fazer o corte das ervas e limpeza às bermas, o matagal vai secando e ficando, julgo que os responsáveis não devem ter recebido o correio electrónico da autoridade tributária a informar do período definido para a limpeza dos terrenos, que refere, e passo a citar, “o interesse público nacional, é da responsabilidade de toda a sociedade contribuir para a preservação da floresta, o combate aos incêndios, a proteção de bens e populações e a salvaguarda de vidas humanas”.

O núcleo do Bloco de Esquerda de Almodôvar já há muito que se debruça sobre as questões ambientais no concelho de Almodôvar.

Nas autárquicas de 2017 defendemos que Almodôvar deveria ser um município ecológico de modo a defender o que é de todos. Afirmámos que nas questões ambientais, os órgãos autárquicos deveriam estar na vanguarda, fazendo uso dos recursos de forma sustentável; que a utilização dos recursos hídricos deveria ser feita de forma equilibrada de modo a prevenir situações de seca; que para se ter acesso à água com qualidade e em quantidade era necessário repensar a política de gestão deste recurso; que era necessário a preservação e manutenção dos espaços comuns através de melhorias ao nível ambiental e de lazer; que eram necessárias acções de sensibilização ambiental, tanto ao nível dos resíduos domésticos como industriais de modo a ter um concelho ecológico e sustentável.

Somos todos responsáveis pelo meio ambiente, seja pela sua preservação, seja pela sua destruição.


Rádio Castrense, Caixa Alta

Cristina Ferreira, 17/05/2019


sexta-feira, 3 de maio de 2019

Cristina Ferreira - Crónicas II (03Mai2019)


Crónica 17.ª

(Caixa Alta S2 - 03MAI2019)




Cumprem-se 133 anos da greve geral nos Estados Unidos da América e da manifestação que levou às ruas de Chicago 500 mil trabalhadores. Estes foram os eventos que deram origem ao 1º de maio, Dia do Trabalhador.

A transformação das cadeias produtivas, por força da mecanização, ao invés de conduzir a uma maior libertação do Homem, levou-o no sentido inverso, em direção à completa desregulação das relações laborais.

Na sua obra, Karl Marx, refere-se a isto da seguinte forma:

“ A maquinaria, considerada sozinha, encurta as horas de trabalho mas, quando ao serviço do capital, prolonga-as; torna o trabalho mais leve, mas [ao serviço do] capital aumenta a intensidade do trabalho; (…) é uma vitória do homem sobre as forças da natureza mas, nas mãos do capital, torna[-o] escravo (…); (…) aumenta a riqueza dos produtores mas, nas mãos do capital, torna-os indigentes (…) ”

Todas estas razões, e mais algumas, culminaram no movimento das classes operárias em prol das mudanças que à época se exigiam. Fundamentalmente o reconhecimento dos direitos dos trabalhadores.

Aos poucos esses direitos foram sendo conquistados. Nos EUA, na Europa, em Portugal, essas conquistas foram-se concretizando a compassos próprios e com maior ou menor expressão reivindicativa.

Em Portugal o 1º de maio passou a ser assinalado desde o primeiro ano da sua realização internacional em 1890. A organização de piqueniques, com discursos de circunstância, era o ponto alto deste dia. Com o fim da monarquia assistiu-se à transformação da celebração do 1º de maio para além do que até então era costumeiro. Ao longo da I República a par de um sindicalismo cada vez mais reivindicativo, consolidado e ampliado, também o 1º de maio se transformou e passou a ter características de ação de massas. Alguns direitos foram sendo conquistados, como a jornada de oito horas para trabalhadores do comércio e da indústria, em 1919, mas apenas em 1962 é que a celebração do 1º de maio foi, talvez, a mais relevante e carregada de simbolismo. Apesar das proibições e repressão do Estado Novo, os pescadores, os corticeiros, os telefonistas, os bancários, os trabalhadores da Carris e da CUF, saíram à rua em manifestações em Lisboa, Porto e Setúbal, perfazendo 125.000 trabalhadores. E foram precursores das revoltas dos mais de 200 mil assalariados agrícolas que, com a sua luta, impuseram ao capital a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.

1974 é eventualmente o ano do mais extraordinário 1º de maio alguma vez realizado em Portugal. Sobre este, o jornal Comércio do Porto, dedica uma edição especial com a seguinte caixa alta em 1ª página: “Um vulcão de civismo – Que povo e que dia 1 de maio!”

Até há 133 anos atrás os trabalhadores somente trabalhavam e nada mais eram que uma unidade produtiva. Quando, de forma unida, se atreveram a exigir os seus direitos, tomaram nas suas mãos as rédeas do seu futuro em contextos muito para além do laboral.

Daí para cá muitas foram as lutas, e também muitas foram as conquistas. Desde os horários de trabalho mais humanizados, a melhores salários, melhor qualificação, segurança, previdência e tantas outras, que por si só, cada uma destas justificam as 130 celebrações do Dia do Trabalhador.

Mas o Dia do Trabalhador não é apenas dia para se fazer memória das lutas e conquistas dos trabalhadores do passado. Não o é também de celebração em jeito de romarias, piqueniques, ou dia de discursos à medida.

O Dia do Trabalhador é tudo isso, mas fundamentalmente, é um dia que devemos, enquanto trabalhadores, pensar qual é o futuro que pretendemos.

Em Portugal, tal como no resto da Europa, na última década, os trabalhadores viram os seus direitos reduzidos, nas mais variadas formas. O congelamento de carreiras, a caducidade da contratação coletiva, a revogação de normas como a do princípio do tratamento mais favorável, são alguns dos exemplos dos recuos nos direitos dos trabalhadores. Mas existem outras formas de redução de direitos que nem sempre são tão evidentes mas que, cedo ou tarde, ameaçam o equilíbrio laboral, social e económico.

Adaptando as palavras de Marx, anteriormente citadas, ao contexto contemporâneo, em que a indústria, comércio, serviços, economia estão a transformar-se por força da computorização, informatização e robotização dos processos, estamos a caminhar novamente na direção contrária àquela que se devia.

Vejamos as novas formas de trabalho, de que os motoristas Uber são exemplo, em que o trabalhador é, sem outra possibilidade de escolha, o seu próprio patrão.

Também as rotinas informáticas usadas em “julgamentos administrativos” nos tribunais, decisões essas, até agora exclusivas de humanos são outro tipo de ameaça.

O próprio trabalho on-line esbate a linha seja de espaço, seja de tempo, entre vida no trabalho e fora do trabalho.

Mesmo outras propostas de modificação, em reposta aos desafios vindouros, que à partida parecem não ter nada que ver com as questões das relações laborais, podem ser instrumentos que as desgastam.

O RBI, Rendimento Básico Incondicional – que tem sido proposta de campanha do Livre e do PAN - é disso exemplo.

A sua atribuição à população portuguesa teria um de dois caminhos: ou o seu valor ficaria entre os cerca de 80 euros propostos para Inglaterra e os 8 euros da proposta da Índia. Ou este valor seria calculado à luz do Salário Mínimo Nacional, que caso fosse de 500 euros representaria um custo de 60 mil milhões anuais, significando isto a morte do estado social, i.e., o serviço nacional de saúde, a escola pública, ou as pensões da segurança social, etc. – o que por sinal até conta com o entusiasmo de várias figuras do PSD; ou o aumento da carga fiscal, triplicando-a.

Uma ou outra forma de atribuir o Rendimento Básico Incondicional é, segundo Francisco Louçã, economista e fundador do Bloco de Esquerda, uma armadilha para os trabalhadores e não uma alternativa. 

Ricardo Antunes, sociólogo brasileiro, considera que estamos em “Uma nova era de escravidão digital”. Segundo ele, “Estamos em uma fase tão destrutiva do capitalismo financeiro que a exigência que sua lógica tenta nos impor, em escala planetária, é a do trabalho cada vez mais flexível, sem jornadas pré-determinadas, sem espaço laboral definido, sem remuneração fixa, sem direitos, nem mesmo o direito de organização sindical. É desse modo que o capitalismo informacional, digital e financeiro vem aprimorando a sua engenharia da dominação.”

Estamos às portas de uma nova era do trabalho: o chamado Trabalho 4.0 que terá muitos desafios para superar. Não é, por isso, descabido fazermos do 1 de maio o dia do Trabalhador 4.0.

(Crónica em co-autoria com o camarada Filipe Santos)


Rádio Castrense, Caixa Alta 

Cristina Ferreira, 3/5/2019