sexta-feira, 23 de março de 2018

Cristina Ferreira- Crónica ( XVII )










Segundo o último relatório sobre a felicidade mundial, os países nórdicos ocupam cinco das dez primeiras posições. Portugal, numa lista de 155 países, surge em 89 no ranking divulgado pelas Nações Unidas.


Os países nórdicos surgem em primeiro lugar pelo facto de haver mais confiança social, igualdade e bem-estar dos respetivos cidadãos.

"Os países mais felizes são aqueles em que há um equilíbrio saudável na prosperidade e um alto capital social, o que leva a uma confiança na sociedade, baixos níveis de desigualdade e confiança no governo", refere o documento.

As melhores condições de vida, um apoio social eficaz, um bom sistema de saúde, baixos níveis de corrupção, liberdade para escolher o que querem fazer na vida, a generosidade, um sistema de justiça independente, uma boa governação são alguns dos fatores que contribuem para aumentar os níveis de felicidade das pessoas.



Estes países nórdicos têm uma das maiores cargas fiscais do mundo mas são felizes logo o que traz infelicidade é pagar muitos impostos e não ter serviços públicos de qualidade.

Em Portugal fomos muito infelizes ao longo do período de profunda crise que afetou a Europa mas agora temos mais felicidade do que em 2008/2010.

O que precisamos para melhorar o índice de felicidade?

A resposta passa por aumentar o combate à corrupção de modo a aumentar a confiança social mas, também, por ter uma boa governação: as pessoas precisam de confiar nos seus governos, empresas e instituições.

Mas como ser feliz quando temos notícias como esta de que o Banco Central Europeu defende o aumento da idade da reforma para não reduzir pensões? 

A resposta é a de que assim se compensam os efeitos do envelhecimento da população pois parece que este facto vai ter implicações económicas e fiscais para os países, e representa um desafio para os mesmos no que respeita a assegurar a redução do endividamento, bem como a sustentabilidade fiscal a longo prazo.

A redução do potencial de crescimento, a menor oferta de trabalho e os crescentes encargos com pensões são os desafios identificados e os fatores de maior pressão sobre as pensões nos países da moeda única.

Assim não! 

Este não é, certamente, um fator que contribuirá para a felicidade, nem do país, nem dos cidadãos!

Aumenta-se a esperança de vida para ficar preso nas malhas do trabalho? 

Que qualidade de vida é esta?

Bem, lá se foi a minha felicidade...




23/03/2018
Cristina Ferreira


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