sexta-feira, 17 de maio de 2019

Cristina Ferreira - Crónicas II (17MAI2019)


Crónica 18.ª

(Caixa Alta S2 - 17MAI2019)




São muitas as questões em torno do clima, não só a mudança urgente de hábitos e práticas mas, essencialmente, mudança de mentalidades e consequentes acções.

Se se reconhece que o plástico é um cancro ambiental, facto que já provocou um conjunto significativo de mudanças, talvez as mais visíveis e imediatas sejam aquelas que ocorrem nos diversos eventos e festivais, há ainda muito mais para fazer.

A nível mundial estamos em situação de emergência climática, ou seja, as alterações climáticas são cada vez mais sistemáticas e de maior intensidade com consequências cada vez mais devastadoras.

Em Portugal o cenário também é de emergência climática: secas (geralmente severas), calor, curtos períodos de precipitação e de baixa densidade que nem as barragens enchem, incêndios (ainda todos temos na memória Pedrogão Grande), bem como tempestades e cheias um pouco por todo o país.

No distrito de Beja, a distrital do Bloco de Esquerda alertou para graves consequências ambientais, bem como para a necessidade de combater os efeitos nefastos para o ambiente que a agricultura intensiva e superintensiva no Alqueva está a provocar, um problema urgente para resolver no presente mas que será gravíssimo no futuro.

Mas as alterações climáticas não são as únicas questões ambientais que se repetem: continuam a faltar estratégias e ações para que se mude a maneira como pensamos e agimos em relação ao ano seguinte – seja ao nível da gestão e manutenção do parque florestal português, seja ao nível da limpeza das bermas das estradas e espaços públicos, seja ao nível da manutenção e reforços dos meios aéreos e terrestres, entre muitos outros.

Por exemplo quem circula todos os dias nas nossas estradas percebe que não houve, nem há, a preocupação de fazer o corte das ervas e limpeza às bermas, o matagal vai secando e ficando, julgo que os responsáveis não devem ter recebido o correio electrónico da autoridade tributária a informar do período definido para a limpeza dos terrenos, que refere, e passo a citar, “o interesse público nacional, é da responsabilidade de toda a sociedade contribuir para a preservação da floresta, o combate aos incêndios, a proteção de bens e populações e a salvaguarda de vidas humanas”.

O núcleo do Bloco de Esquerda de Almodôvar já há muito que se debruça sobre as questões ambientais no concelho de Almodôvar.

Nas autárquicas de 2017 defendemos que Almodôvar deveria ser um município ecológico de modo a defender o que é de todos. Afirmámos que nas questões ambientais, os órgãos autárquicos deveriam estar na vanguarda, fazendo uso dos recursos de forma sustentável; que a utilização dos recursos hídricos deveria ser feita de forma equilibrada de modo a prevenir situações de seca; que para se ter acesso à água com qualidade e em quantidade era necessário repensar a política de gestão deste recurso; que era necessário a preservação e manutenção dos espaços comuns através de melhorias ao nível ambiental e de lazer; que eram necessárias acções de sensibilização ambiental, tanto ao nível dos resíduos domésticos como industriais de modo a ter um concelho ecológico e sustentável.

Somos todos responsáveis pelo meio ambiente, seja pela sua preservação, seja pela sua destruição.


Rádio Castrense, Caixa Alta

Cristina Ferreira, 17/05/2019


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