sexta-feira, 15 de março de 2019

Cristina Ferreira - Crónicas II (15MAR2019)


Crónica 13.ª

(Caixa Alta S2 - 15MAR2019)


Greve Estudantil Climática Mundial

1000 cidades em 89 países unem-se, hoje, na luta pelo ambiente. Em Portugal será a partir das 10.30.

Há cada vez mais cidades com convocatórias de concentrações para a greve estudantil climática pois, dizem os jovens, “não há planeta B”.

Este movimento surge na sequência da intervenção da jovem sueca, Greta Thunberg, que protestou em frente ao parlamento com o cartaz em que se lia “School Strike for Climate”.

Chega, agora, o apelo para um dia de ação global, hoje 15 de março. Este é um movimento “estudantil, internacional, pacífico e não-violento, determinado e organizado, descentralizado e apartidário”.




Estes jovens consideram que lhes foi deixada “a herança de um planeta já quase a morrer”: um “enorme fardo” para os jovens e, por outro lado, negligenciado sistematicamente pelos governos e organizações internacionais cujo esforço “é mínimo”, dado que até os “protocolos, acordos e metas ambientais são deliberadamente desrespeitados e ignorados”.

Estes jovens têm “força de vontade” e a mesma “causa comum”: “o travão ao aquecimento global”. E sabem exatamente o que querem: “a principal exigência a apresentar ao governo português é que faça da resolução da crise climática a sua prioridade”.

É necessária “uma mudança de paradigma” e sugerem medidas como “a proibição da exploração dos combustíveis fósseis em Portugal; a meta para a neutralidade carbónica ser reduzida para 2030, e não 2050, como previsto pelo governo; expansão significativa das energias renováveis e, particularmente, da energia solar; a produção elétrica ser 100% assegurada por energias renováveis até 2030; o encerramento das duas centrais elétricas ainda movidas a carvão (central de Sines e central do Pego) e o melhoramento eficiente e drástico do sistema de transportes públicos, de maneira a que estes possam substituir o uso do transporte particular”.

Um pouco por todo o país são várias as cidades que vão acolher esta Greve Estudantil Climática Mundial.

Não encontrei Beja nessa lista.

Então e os problemas de cariz ambiental que assolam o distrito: a monocultura intensiva de oliveiras e amendoeiras, por exemplo, as estufas, a escassez dos recursos hídricos, a contaminação de solos e afluentes das áreas industriais pesadas, a poluição provocada por empresas de transformação de bagaço de azeitona, a falta de uma rede de transportes públicos de qualidade e que respondam às necessidades da população?

Olhar para o global não chega, precisa-se de agentes locais para lutar e preservar o património ambiental. É preciso dizer não no presente para ter futuro. É preciso modificar formas de estar e agir para que haja resultados, para que haja progresso, para que não se perca o que ainda pode ser salvo.

A ação de um é importante, mas a ação de todos é fundamental para parar a crise climática mundial.



Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 15/03/2019





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