500 ANOS DOS CTT
CTT - o serviço postal
totalmente público que deveria conseguir chegar a toda a população faz 500
anos.
6 de novembro de 1520 - em
Évora, o Rei D. Manuel I assinou a nomeação oficial de Luís Homem como o
primeiro Correio-mor de Portugal, assim começa o percurso da empresa CTT.
Esta data ficou para a
história como o início da aventura da atividade organizada de correio no nosso
país, escrevendo a sua história ao longo de vários séculos, refletindo o
desenvolvimento do país.
Desde que a ideia de
distribuir o correio ao domicílio em Lisboa surgiu pela primeira vez, no início
do século XIX, foram precisos 20 anos e um enorme investimento na “denominação
das Ruas de Lisboa e Numeração das Portas em Letras D’Estanho”.
O que hoje parece óbvio -
distritos postais, ruas com casas e prédios organizados e cadastrados, com nome
e números - foi uma novidade introduzida pelos Correios em 1802, mas a tarefa
revelou-se gigantesca e só em 1821 a distribuição do correio em casa se tornou
realidade
Já à beira do século XIX - em
1893 – foi criada a Posta Rural, que permitiu que a correspondência passasse a
chegar aos locais mais remotos do país, tornando o serviço postal
verdadeiramente acessível a toda a população.
O ano de 1911 ficou marcado
pela constituição da Administração-geral dos Correios, Telégrafos e Telefones,
com autonomia financeira e administrativa. Um formato que se manteve no Estado
Novo, e que apostou na criação de estações dos correios em todo o território
nacional.
Assim, em 1970 os correios
passaram a empresa pública, CTT – Correios e Telecomunicações de Portugal, que
nesta época englobava, além do serviço postal, a atividade telefónica e
telegráfica. Nessa época era a terceira maior empresa do país em volume de
vendas e a maior empregadora nacional, com mais de 45 mil empregados.
Nos anos seguintes a empresa
viveu outro marco histórico, que foi a introdução, em 1978, do código postal de
quatro dígitos (que passariam a sete em 1998) que facilitaram a identificação
dos concelhos dos destinatários da correspondência, permitindo ultrapassar
problemas de endereçamento e toponímia. Muitos se lembrarão do slogan “Código
Postal, Meio Caminho Andado”.
Em 1992 converteram-se em
sociedade anónima detida pelo Estado. Em 2000 assinaram com o Estado a
concessão do serviço universal postal (a obrigatoriedade de assegurar a troca
de correspondência em todo o país).
Hoje, tal como nos anos 60, a
imagem de um mensageiro a cavalo continua a estar presente no logotipo da
empresa.
A privatização dos CTT é,
assim, a história de uma privatização errada, levada a cabo pelo governo
PSD/CDS: dos 24 objetivos de qualidade do serviço postal fixados pela ANACOM, a
empresa privada não conseguiu cumprir nem um.
No entanto o administrador que
levou os CTT à ruína ganha mais de 4 salários mínimos por dia!”, relembra
Mariana Mortágua, que acusa a direita de ter privatizado os CTT “para encher os
bolsos de uma mão cheia de acionistas e para que se abrisse mais um banco”.
Mais uma vez o Bloco insiste
na nacionalização dos CTT, defende regressem à esfera pública para não perder
um serviço que serviu, serve e servirá as populações de uma maneira tão
importante."
esquerda.net: https://www.esquerda.net/pesquisa?texto_completo=ctt&page=29
Cristina Ferreira, 23/10/2020
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