terça-feira, 27 de outubro de 2020

Cristina Ferreira - Crónicas IV (23OUT2020)

 



500 ANOS DOS CTT

 

CTT - o serviço postal totalmente público que deveria conseguir chegar a toda a população faz 500 anos.

6 de novembro de 1520 - em Évora, o Rei D. Manuel I assinou a nomeação oficial de Luís Homem como o primeiro Correio-mor de Portugal, assim começa o percurso da empresa CTT.

Esta data ficou para a história como o início da aventura da atividade organizada de correio no nosso país, escrevendo a sua história ao longo de vários séculos, refletindo o desenvolvimento do país.

Desde que a ideia de distribuir o correio ao domicílio em Lisboa surgiu pela primeira vez, no início do século XIX, foram precisos 20 anos e um enorme investimento na “denominação das Ruas de Lisboa e Numeração das Portas em Letras D’Estanho”.

O que hoje parece óbvio - distritos postais, ruas com casas e prédios organizados e cadastrados, com nome e números - foi uma novidade introduzida pelos Correios em 1802, mas a tarefa revelou-se gigantesca e só em 1821 a distribuição do correio em casa se tornou realidade

Já à beira do século XIX - em 1893 – foi criada a Posta Rural, que permitiu que a correspondência passasse a chegar aos locais mais remotos do país, tornando o serviço postal verdadeiramente acessível a toda a população.

O ano de 1911 ficou marcado pela constituição da Administração-geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, com autonomia financeira e administrativa. Um formato que se manteve no Estado Novo, e que apostou na criação de estações dos correios em todo o território nacional.

Assim, em 1970 os correios passaram a empresa pública, CTT – Correios e Telecomunicações de Portugal, que nesta época englobava, além do serviço postal, a atividade telefónica e telegráfica. Nessa época era a terceira maior empresa do país em volume de vendas e a maior empregadora nacional, com mais de 45 mil empregados.

Nos anos seguintes a empresa viveu outro marco histórico, que foi a introdução, em 1978, do código postal de quatro dígitos (que passariam a sete em 1998) que facilitaram a identificação dos concelhos dos destinatários da correspondência, permitindo ultrapassar problemas de endereçamento e toponímia. Muitos se lembrarão do slogan “Código Postal, Meio Caminho Andado”.

Em 1992 converteram-se em sociedade anónima detida pelo Estado. Em 2000 assinaram com o Estado a concessão do serviço universal postal (a obrigatoriedade de assegurar a troca de correspondência em todo o país).

Hoje, tal como nos anos 60, a imagem de um mensageiro a cavalo continua a estar presente no logotipo da empresa.

O Bloco de Esquerda sempre defendeu que os CTT deveriam estar na esfera pública pois só assim se daria continuidade a um serviço com qualidade. Quando estes passaram para a esfera privada o serviço perdeu qualidade (as reclamações nos serviços postais aumentaram 70%) e os bons resultados económicos foram sugados pelos acionistas privados.

A privatização dos CTT é, assim, a história de uma privatização errada, levada a cabo pelo governo PSD/CDS: dos 24 objetivos de qualidade do serviço postal fixados pela ANACOM, a empresa privada não conseguiu cumprir nem um.

No entanto o administrador que levou os CTT à ruína ganha mais de 4 salários mínimos por dia!”, relembra Mariana Mortágua, que acusa a direita de ter privatizado os CTT “para encher os bolsos de uma mão cheia de acionistas e para que se abrisse mais um banco”.

Mais uma vez o Bloco insiste na nacionalização dos CTT, defende regressem à esfera pública para não perder um serviço que serviu, serve e servirá as populações de uma maneira tão importante."

  

Fonte: https://www.publico.pt/2013/12/04/economia/noticia/ctt-uma-empresa-onde-se-le-a-historia-do-pais-1614866
esquerda.net: https://www.esquerda.net/pesquisa?texto_completo=ctt&page=29

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 23/10/2020


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