sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Cristina Ferreira - Crónicas V (11FEV2022)

 


FENPROF Queixa-se À Comissão Europeia Do Abuso De Professores Contratados Em Portugal

 

A federação sindical dos professores insiste que o Estado português não cumpriu a transposição de legislação europeia sobre os “dramas” da precariedade dos professores contratados no país.

A FENPROF entregou ontem na Representação da Comissão Europeia uma exposição sobre as situações de discriminação dos docentes e investigadores precários que classifica como “dramas”.

O secretariado da estrutura sindical elaborou um documento através do qual pretende esclarecer Bruxelas sobre temas contratuais como a manutenção de condições menos favoráveis para os professores contratados a termo que trabalham nas escolas públicas, a inexistência, em diferentes setores em que desempenham funções professores e educadores, de um quadro normativo “que obste de forma eficaz ao recurso abusivo à contratação a termo, designadamente de forma sucessiva” e ainda informação sobre os casos de precariedade de investigadores científicos com contratos a termo e bolseiros de investigação científica.

Esta informação será entregue no âmbito de um novo procedimento por infração contra Portugal por incumprimento da legislação da União Europeia relativa aos contratos de trabalho a termo. Um procedimento de que a FENPROF “tomou boa nota” devido ao “particular enfoque na discriminação dos docentes com contrato a termo face aos que se encontram em situação de contrato sem termo, ou seja, já integrados nos quadros.”

Já antes, a Comissão Europeia tinha aberto um procedimento por infração contra o Estado português devido à não transposição de uma diretiva sobre professores contratados a termo para o exercício de funções em escolas públicas. A referida diretiva data de 1999 e a sua transposição tinha como data-limite 2001, mas esta ainda “continua a não suceder de forma eficaz para garantir a prossecução do objetivo e efeito-útil do supracitado acordo-quadro”, defende a federação sindical. Este procedimento tinha sido encerrado em 2015, mas esclarece a FENPROF, isto terá sido feito “porventura sem aquilatar a eficácia da transposição alegada pelo governo português à altura, isto é, sem ter em conta os resultados da aplicação das medidas adotadas”.

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 11/02/2022


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