Agências De Rating
Aplaudem Maioria Absoluta Do PS
As agências Moody’s, Fitch e DBRS saúdam o reforço do "centrão" e o afastamento das medidas propostas pela esquerda, como o fim das medidas da troika nas leis laborais e no duplo corte aos pensionistas.
Três das maiores agências de
rating internacionais publicaram a sua reação ao resultado das eleições
portuguesas e todas aplaudem a conquista da maioria absoluta por parte do PS.
No entender da agência Fitch, ela veio afastar o que dizem ser os “riscos”
orçamentais de algumas medidas propostas pela esquerda, como o fim do duplo
corte aos pensionistas com o fator de sustentabilidade, ou a revogação das
normas impostas pela troika na legislação laboral, que reduzem o rendimento de
quem trabalha e contribuem para aproximar o salário médio do salário mínimo em Portugal.
As agências referem igualmente
que um governo maioritário é “um bom augúrio” para a execução do Plano de
Recuperação e Resiliência, a chamada “bazuca” europeia de fundos, acrescentando
ser provável que o país receba este ano três mil milhões de euros de
financiamento da União Europeia.
Com os elogios vêm também os
avisos destas agências que classificam a dívida dos países, impedindo na
prática o financiamento externo quando a classificam com o nível ‘lixo’. Para a
agência Moody’s, “o potencial de crescimento de Portugal continua limitado pela
rigidez estrutural nos mercados de trabalho e empresarial, ao mesmo tempo que o
reduzido investimento e os baixos níveis de qualificação e inovação alargaram o
diferencial de produtividade face aos concorrentes”. Esta agência diz esperar
uma “dinâmica positiva” da dívida portuguesa para que seja anulado até 2024 o
aumento da dívida relacionado com a pandemia.
Já a agência DBRS destaca não
apenas a maioria absoluta, mas a recuperação eleitoral dos partidos do centro,
ao notar que PS e PSD “obtiveram, no seu conjunto, 71% dos votos, uma melhoria
em relação aos 64% de 2019”. No entender dessa agência, a “robustez” do centrão
garantirá uma “abordagem pragmática à política macroecómica””.
Por cá também o patronato aplaude
a maioria absoluta, agora sem a geringonça atrelada para travar as reformas
prejudiciais aos trabalhadores.
. O presidente da CIP
(Confederação Empresarial de Portugal), António Saraiva enumera as reformas que
considera serem necessárias: uma previsibilidade fiscal amiga do investimento e
que atraia mais e melhor investimento; melhor justiça económica, maior
eficiência da administração pública com redução da despesa que permita avançar
com a reforma fiscal.
Antes o PS estava refém dos
dois partidos à esquerda, agora está refém do patronato!
Cristina Ferreira, 18/02/2022
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