sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Cristina Ferreira - Crónicas V (18FEV2022)


 

Agências De Rating Aplaudem Maioria Absoluta Do PS

 

As agências Moody’s, Fitch e DBRS saúdam o reforço do "centrão" e o afastamento das medidas propostas pela esquerda, como o fim das medidas da troika nas leis laborais e no duplo corte aos pensionistas.

Três das maiores agências de rating internacionais publicaram a sua reação ao resultado das eleições portuguesas e todas aplaudem a conquista da maioria absoluta por parte do PS. No entender da agência Fitch, ela veio afastar o que dizem ser os “riscos” orçamentais de algumas medidas propostas pela esquerda, como o fim do duplo corte aos pensionistas com o fator de sustentabilidade, ou a revogação das normas impostas pela troika na legislação laboral, que reduzem o rendimento de quem trabalha e contribuem para aproximar o salário médio do salário mínimo em Portugal.

As agências referem igualmente que um governo maioritário é “um bom augúrio” para a execução do Plano de Recuperação e Resiliência, a chamada “bazuca” europeia de fundos, acrescentando ser provável que o país receba este ano três mil milhões de euros de financiamento da União Europeia.

Com os elogios vêm também os avisos destas agências que classificam a dívida dos países, impedindo na prática o financiamento externo quando a classificam com o nível ‘lixo’. Para a agência Moody’s, “o potencial de crescimento de Portugal continua limitado pela rigidez estrutural nos mercados de trabalho e empresarial, ao mesmo tempo que o reduzido investimento e os baixos níveis de qualificação e inovação alargaram o diferencial de produtividade face aos concorrentes”. Esta agência diz esperar uma “dinâmica positiva” da dívida portuguesa para que seja anulado até 2024 o aumento da dívida relacionado com a pandemia.

Já a agência DBRS destaca não apenas a maioria absoluta, mas a recuperação eleitoral dos partidos do centro, ao notar que PS e PSD “obtiveram, no seu conjunto, 71% dos votos, uma melhoria em relação aos 64% de 2019”. No entender dessa agência, a “robustez” do centrão garantirá uma “abordagem pragmática à política macroecómica””.

Por cá também o patronato aplaude a maioria absoluta, agora sem a geringonça atrelada para travar as reformas prejudiciais aos trabalhadores.

. O presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), António Saraiva enumera as reformas que considera serem necessárias: uma previsibilidade fiscal amiga do investimento e que atraia mais e melhor investimento; melhor justiça económica, maior eficiência da administração pública com redução da despesa que permita avançar com a reforma fiscal.

Antes o PS estava refém dos dois partidos à esquerda, agora está refém do patronato! 

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 18/02/2022


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