sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Cristina Ferreira - Crónicas IV (11DEZ2020)

 


PORQUE MARISA MATIAS VAI A FORTES

 

No próximo domingo, 13 dezembro, pelas 15h00 Marisa Matias, Candidata à Presidência da República, desloca-se a Fortes, Ferreira do Alentejo, para um encontro com a população e ativistas na sede da Associação Ambiental Amigos de Fortes.

A transformação de bagaço de azeitona e os gases poluentes que a fábrica AZPO produz e se espalham no ar de Fortes, concelho de Ferreira do Alentejo, contaminado tudo e todos, é um grave problema de saúde pública e ambiental com o qual as gentes de Fortes convivem 24 horas por dia, 365 por ano.

A Associação Ambiental Amigos de Fortes acusa a fábrica AZPO da não eliminação de gases poluentes pois esta "limitou-se a concentrar a emissão de gases de três chaminés numa só chaminé" mais alta, "não resolvendo o problema", porque a solução "não teve qualquer redução" ou permitiu a "eliminação" das emissões de gases poluentes sobre a população de Fortes.

Este é o cenário que Marisa Matias irá encontrar:  casas amareladas, um cheiro fétido no ar, um fumo constante a cobrir a aldeia e um punhado de gente que luta para ficar, que luta para que as condições mudem.

As queixas da população sobre a poluição em Fortes já existem há vários anos e, em 2015, a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo viu-se obrigada a colocar este problema às autoridades competentes para que fossem tomadas medidas corretoras.

O Bloco de Esquerda de Beja sempre acompanhou e apoiou a luta das gentes de Fortes e alertou para o agravar desta situação pois “durante meses, camiões carregados de bagaço de azeitona não param de chegar a Fortes e grande parte provém de Espanha, onde a legislação e a fiscalização ambiental não permitem este tipo de práticas poluidoras a céu aberto”.

Marisa Matias vem em campanha pois é importante “não deixar que a campanha não tenha a sua finalidade principal”, ou seja, “ouvir as pessoas”. “Uma campanha não vive sem contacto com as pessoas”, mas “não será no mesmo formato das anteriores campanhas”.

A sua candidatura define-se numa “proposta de um país que combata todas as formas de racismo e discriminação e um modelo de desenvolvimento que finalmente comece a representar as preocupações de combate às alterações climáticas e a fazer essa transição ecológica que precisamos de fazer e que está tão atrasada”; destaca, também, a perda de proteção laboral e direitos laborais, com o aprofundamento da precariedade como um dos principais problemas da sociedade. Responder a isto exige “valorizar os direitos de quem trabalha e saber que termos um contrato que nos protege faz toda a diferença”.

A resposta à crise é por isso o centro da sua candidatura. “Uma proposta de resposta a situações difíceis e de recuperação do país para nos tentarmos proteger e não termos de passar por esta situação novamente” pois neste momento a crise é mais recente, não sabemos quanto tempo vai durar e estamos longe de saber as consequências do ponto de vista económico e social”, explica.

Sobre os efeitos da crise pandémica sobre a campanha eleitoral, a candidata presidencial diz que “temos de nos adaptar e procurar fazer melhor debate possível nas circunstâncias, para podermos ouvir as pessoas”. E garante que “não iremos fazer nada que não cumpra as condições sanitárias”.

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 11/12/2020


Sem comentários:

Enviar um comentário