segunda-feira, 8 de março de 2021

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 



Em Nova Iorque no ano de 1857 as trabalhadoras têxteis em greve reivindicavam a redução da jornada laboral de 16 horas, o aumento de salários e a dignificação das condições de trabalho e considera-se este o embrião para o que surgiu mais tarde, em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça e que mais tarde passou a designar-se como Dia Internacional da Mulher.

A Resolução 32/142 de 16 de dezembro de 1977, faz o reconhecimento oficial da Assembleia Geral das Nações Unidas e veio a estabelecer o dia 8 de março como o dia consagrado à celebração dos direitos que até agora foram conquistados pelas mulheres, mas também relembrar-nos do muito que ainda falta fazer contra o persistente preconceito social, racial, sexual, político, linguístico ou económico.

Em Portugal, a ação organizada e de luta, no feminino, pela conquista de direitos, pela igualdade, pela melhoria das condições de vida e de trabalho, pela liberdade, muito contribuiu para o derrube do fascismo e para as conquistas alcançadas com e após o 25 de abril de 1974, mas foi somente em 1976 que a Constituição da República consagrou a igualdade de género em todos os domínios da vida, explicitando os direitos das mulheres e as responsabilidades do Estado na eliminação das discriminações e na promoção da igualdade.

A persistência de alguns números em diversos relatórios de organizações e entidades idóneas, parecem demonstrar o abrandamento e por vezes o retrocesso em determinados campos, particularmente no plano laboral e económico, uma tendência verificada em diversos países.

A Comissão Europeia, na sua declaração de 2021 visando a presente celebração, exorta para “agradecer às mulheres a sua coragem, a sua compaixão e o seu contributo na luta contra esta crise” pandémica, mas simultaneamente manifesta preocupação quanto às assimetrias de género quando, por exemplo, nos grupos de trabalho nacionais dedicados à COVID-19 nos Estados-Membros (17) a liderança ter sido entregue a 85,2% participantes masculinos. Reconhece ainda que a pandemia exacerbou as desigualdades existentes na nossa sociedade, e colocou as mulheres em grande risco nas suas próprias casas e por isso prioriza como necessidade urgente a adoção de iniciativas que visem a eliminação de todas as formas de violência baseada no género.

É responsabilidade de todos nós prosseguir a luta por uma sociedade mais solidária, justa e igualitária tornado de cada um dos dias do ano mais um 8 de março.

 

 

Filipe M Santos, 08/03/2021


Sem comentários:

Enviar um comentário