Em Nova Iorque no ano de 1857 as trabalhadoras têxteis em greve reivindicavam a redução da jornada laboral de 16 horas, o aumento de salários e a dignificação das condições de trabalho e considera-se este o embrião para o que surgiu mais tarde, em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça e que mais tarde passou a designar-se como Dia Internacional da Mulher.
A Resolução 32/142 de 16 de
dezembro de 1977, faz o reconhecimento oficial da Assembleia Geral das Nações Unidas
e veio a estabelecer o dia 8 de março como o dia consagrado à celebração dos
direitos que até agora foram conquistados pelas mulheres, mas também
relembrar-nos do muito que ainda falta fazer contra o persistente preconceito social,
racial, sexual, político, linguístico ou económico.
Em Portugal, a ação organizada
e de luta, no feminino, pela conquista de direitos, pela igualdade, pela
melhoria das condições de vida e de trabalho, pela liberdade, muito contribuiu para
o derrube do fascismo e para as conquistas alcançadas com e após o 25 de abril
de 1974, mas foi somente em 1976 que a Constituição da República consagrou a
igualdade de género em todos os domínios da vida, explicitando os direitos das
mulheres e as responsabilidades do Estado na eliminação das discriminações e na
promoção da igualdade.
A persistência de alguns
números em diversos relatórios de organizações e entidades idóneas, parecem
demonstrar o abrandamento e por vezes o retrocesso em determinados campos,
particularmente no plano laboral e económico, uma tendência verificada em
diversos países.
A Comissão Europeia, na sua
declaração de 2021 visando a presente celebração, exorta para “agradecer às
mulheres a sua coragem, a sua compaixão e o seu contributo na luta contra esta
crise” pandémica, mas simultaneamente manifesta preocupação quanto às assimetrias
de género quando, por exemplo, nos grupos de trabalho nacionais dedicados à
COVID-19 nos Estados-Membros (17) a liderança ter sido entregue a 85,2%
participantes masculinos. Reconhece ainda que a pandemia exacerbou as
desigualdades existentes na nossa sociedade, e colocou as mulheres em grande
risco nas suas próprias casas e por isso prioriza como necessidade urgente a adoção
de iniciativas que visem a eliminação de todas as formas de violência baseada
no género.
É responsabilidade de todos
nós prosseguir a luta por uma sociedade mais solidária, justa e igualitária tornado
de cada um dos dias do ano mais um 8 de março.
Filipe M Santos, 08/03/2021
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