BLOCO
INTENSIFICA INTERVENÇÃO
A
apresentação de mais de 120 candidaturas autárquicas, comícios de verão, o
Fórum Socialismo 2021, duas iniciativas descentralizadas em substituição do
acampamento de jovens e a Conferência Nacional de Jovens em setembro são
algumas das iniciativas do Bloco de Esquerda para uma intervenção mais intensa.
A
resolução aprovada na reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, realizada
dia 17 de julho, aposta numa intensificação da intervenção que passa pela
apresentação “de mais de 120 candidaturas autárquicas” e por comícios de Verão
na última quinzena de agosto: Portimão, Quarteira, Monte Gordo, Guarda e Régua
serão os locais.
No
final do mês, a 28 de agosto, em Braga, e a 29 de agosto, em Almada, o partido
realizará o habitual Fórum Socialismo que contará com mais de 30 painéis
simultâneos “dedicados aos debates das ideias e alternativas, alargando a
participação numa iniciativa de entrada livre e que contará com dezenas de
convidados e oradores”.
Por
motivos de segurança sanitária, os jovens do Bloco não organizarão em 2021 o
acampamento Liberdade. Mas haverá duas iniciativas descentralizadas (a norte e
a sul) dedicadas ao debate e à receção de novos aderentes do Bloco,
realizando-se em seguida, em setembro, a Conferência Nacional de Jovens do
Bloco de Esquerda.
Outra
das resoluções aponta para necessidade de proteger o país do abuso do sistema
financeiro: destaca-se que as últimas semanas têm ficado marcadas pelas
detenções no âmbito dos processos judiciais sobre os grandes devedores da banca
e recorda as transferências de propriedade, a fragilidade do sistema financeiro
e do modelo económico português.
A Mesa
Nacional reafirma o compromisso do Bloco “com o controlo público da banca e a
luta contra o abuso do sistema financeiro”, salientando que se baterá por
“regras de transparência, de limitação à atividade dos fundos abutres, de
controlo do crédito e da responsabilização dos administradores e grandes
acionistas da banca”.
O
Bloco vai negociar orçamento com prioridade ao emprego, saúde e apoio
social: a vaga de despedimentos que se
está a viver em Portugal, citando o caso do setor bancário, salientando que “a
única justificação para estes despedimentos é a intenção de, durante a pandemia
e a pretexto desta, operar uma reconfiguração laboral que imponha o abaixamento
dos salários e agrave a precarização do trabalho”.
“O
Bloco de Esquerda condena estes processos de despedimento operados por grandes
empresas e, reiterando a urgência da revisão da legislação laboral, bater-se-á
pela proibição dos despedimentos nas empresas com lucros durante a pandemia”,
destaca a Mesa Nacional.
Mudar
as prioridades para vencer a crise: quanto ao ponto da situação do combate à
pandemia e à crise social e económica, a Mesa Nacional considera que o aumento
do número de utentes sem médico de família ou a diminuição do número de médicos
no SNS, assim que o Estado de Emergência, “demonstram a incapacidade do
Orçamento do Estado para 2021 para responder às necessidades do Serviço
Nacional de Saúde”. E que as falhas nos apoios e as crescentes dificuldades que
trabalhadores precarizados e despedidos vivem demonstram a “falência do
Orçamento do Estado para responder à crise social”.
O
órgão dirigente do partido conclui que “o Governo apostou numa gestão de curto
prazo para controlo da despesa no período pandémico” e sublinha que “o
resultado foi o inverso, com a falta de meios para controlar a pandemia, a
criação de uma miríade de medidas avulsas incapazes de responder à crise e
empresas e famílias empurradas para moratórias bancárias e mais endividamento”.
“O
Bloco de Esquerda insistirá na prioridade à saúde, trabalho e apoio social nas
negociações do Orçamento do Estado para 2022”.
Recusar
o regresso à austeridade dos tratados europeus pois balanceando a presidência
portuguesa da União Europeia, que “usou a neutralidade como biombo para a
inação”, a mesa Nacional aponta que “da cimeira social não resultou qualquer
meta ou instrumento concreto para o combate à pobreza e às desigualdades”, nem
qualquer avanço na resposta à emergência climática. O documento aprovado
sublinha que os tratados não foram suspensos ou alterados que o Governo
português antecipou a exigência de austeridade e “reformas estruturais”; no PRR
que apresentou.
Neste
quadro, a resolução afirma que “o Bloco de Esquerda recusa a imposição de
medidas de fragilização do trabalho e do Estado Social como contrapartida ao
PRR e combate a lógica rentista da PAC”. E, defende que “só há resposta à crise
com reforço claro do investimento público e esse investimento - nacional e
europeu - deve servir a criação de emprego, o combate às desigualdades sociais
e territoriais e a resposta à emergência climática”.
Fonte: https://www.esquerda.net/artigo/bloco-intensifica-intervencao/75775
Cristina
Ferreira, 23/07/2021
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