LEGISLATIVAS 2022 – Bloco
apresenta-se a eleições
O Bloco de Esquerda apresenta-se às eleições legislativas de 2022 com um programa que traduz o nosso percurso de luta por uma sociedade mais igual, mais livre e mais inclusiva e que é atualizado pela experiência recente: o balanço do ciclo de austeridade, da posterior recuperação e da legislatura que agora foi interrompida, marcada pela estagnação nas principais áreas da vida nacional.
A permanência de impasses
políticos são o caminho da política de ressentimento e impedem as
transformações necessárias, em particular das graves vulnerabilidades sociais,
do mundo do trabalho e dos serviços públicos, cujos efeitos económico-sociais a
crise Covid expôs.
A esquerda tem programa e o
Bloco é a esquerda que não fica à espera.
Nenhuma das urgências e das
grandes crises dos nossos dias terá uma resposta capaz com uma política de
pequenos passos e recuos. A crise climática exige uma transformação na energia,
nos transportes e nos modos de produção e obriga à adaptação do território.
A crise da habitação exige
medidas de combate à especulação e que não se limite à resposta social.
A crise dos salários, com mais
de uma década de congelamento e desvalorização até nas profissões mais
qualificadas precisa de coragem para enfrentar o patronato e tirar da pobreza e
precariedade quem trabalha.
A urgência do investimento em
serviços públicos de qualidade, nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde,
depredado pelo negócio privado, onde falta a concretização da Lei de Bases no
sentido da proposta de Arnaut e João Semedo, falta a dignificação das carreiras
e a dedicação ao serviço público.
A Escola Pública está em
rutura e se nada for feito rapidamente, abrir-se-á neste serviço público a mais
grave crise.
A pandemia tornou visível a
crise dos cuidados. As estruturas residenciais, lares e afins são insuficientes,
o apoio domiciliário é muito limitado e faltam creches.
Urge acabar com a precariedade
na ciência e na cultura.
O crime económico, a corrupção
e o privilégio carecem de um combate mais determinado e urgente.
No seio do preconceito e
discriminação criam-se formas específicas de exclusão. O racismo e xenofobia, o
sexismo, a homofobia a transfobia, são estruturais e sistémicos que são
urgentes combater.
É urgente uma política de
migrações mais solidária, seja no quadro nacional, seja também no quadro
europeu.
Aqui chegados e ainda dentro
do plano europeu, urge também a reestruturação da dívida e a tão necessária
recusa das regras de austeridade que nos são impostas através Tratado
Orçamental Europeu.
Estas são algumas das crises e
urgências que mais se destacam, mas há outras que podem (e devem) ser
consultadas no programa eleitoral do Bloco de Esquerda em BLOCO.ORG
Em 2019 o partido socialista
recusou tocar na legislação laboral e trabalhar num acordo com o Bloco de Esquerda,
guinou à direita, como se conclui através das votações subsequentes em diversos
domínios. Esta foi uma viragem que enterrou a geringonça e desde então a lógica
de governação foi a de maioria absoluta por via da chantagem, falhada, com os
partidos de esquerda, ou por via de uma crise política que conduziu a estas
eleições.
A maioria absoluta é o plano A
do PS e se a falhar, no plano B a solução, explicitamente enunciada, é um bloco
central e que para se manter no poder, António Costa, estará disponível para
entendimentos com Rui Rio.
O país conhece os perigos de
maiorias absolutas, vividas com Cavaco Silva ou José Sócrates. E sabe que uma
viragem para um bloco central é um regresso à agenda privatizadora, de
degradação dos serviços públicos e de desproteção das pessoas, no trabalho e na
pobreza.
Assente nas razões fortes do
seu programa, o Bloco de Esquerda assume a abertura de sempre para compromissos
claros na proteção das pessoas contra a estagnação e são quatro, em particular,
os objetivos em torno dos quais contribuirá para formar maioria no parlamento.
O primeiro: impedir a
desagregação do Serviço Nacional de Saúde.
O segundo: terminar a longa
estagnação do salário médio em Portugal.
O terceiro: modernização do
sistema de proteção social e a definitiva remoção das penalizações anacrónicas
que continuam a ser impostas a um conjunto de reformados pela aplicação do
fator de sustentabilidade.
O quarto: a concretização da
Lei do Clima.
Das mais de seiscentas
propostas concretas distribuídas por seis áreas da vida de todos nós,
concretizar cedências, à esquerda, em compromissos em torno dos quatro
objetivos enunciados, é um pequeno esforço para transformar Portugal numa
sociedade mais igual, mais livre, mais inclusiva.
O Bloco de Esquerda está
pronto! E diz presente para todas as lutas.
O futuro faz-se de escolhas e
no próximo dia 30 vamos a votos. Não deixe que escolham por si.
Cristina Ferreira, 28/01/2022
Sem comentários:
Enviar um comentário