Bloco de Esquerda: uma
história com avanços e recuos do partido que trouxe a política portuguesa para
o século XXI.
Em
1999
surge a Assembleia fundadora do Bloco de Esquerda. Francisco Louçã e Luís
Fazenda são os primeiros deputados eleitos pelo partido. Recusam sentar-se nas
filas secundárias e protestam de pé ao plenário até conquistarem para o Bloco
um lugar na primeira fila à esquerda no hemiciclo.
Em
2000
acontece a Primeira Convenção do Bloco de Esquerda, realizada na Aula
Magna. Violência doméstica passa a ser
considerada na lei como um crime público, por iniciativa do Bloco.
Em 2001 a
iniciativa do Bloco abriu caminho à aprovação da lei que descriminalizou o
consumo de drogas em Portugal | Fernando Rosas foi o primeiro candidato apoiado
pelo Bloco à Presidência da República.
Em
2002
o Bloco elegeu pela primeira vez um deputado pelo círculo do Porto, João
Teixeira Lopes
2003 - A
III Convenção do Bloco realiza-se em maio de 2003 e reafirma o combate ao
governo PSD/CDS, ao código laboral de Bagão Félix e à política da guerra.
Em 2004
o
Bloco alcançou a sua primeira representação no Parlamento Europeu, com a
eleição de Miguel Portas. | A concorrer pela primeira vez com a sua sigla às
eleições regionais da Madeira, o Bloco elege Paulo Martins.
2005 - Nas
legislativas de 2005, o Bloco mais que duplicou a votação e os eleitos de 2002,
elegendo 8 deputados numa eleição que o PS conquista com maioria absoluta.
Em
2006
Francisco Louçã é o candidato do Bloco às presidenciais. A Marcha pelo Emprego
percorreu o país durante 17 dias para divulgar propostas como a redução do
horário de trabalho ou a proibição de despedimentos em empresas com lucros.
Em
2007
o Bloco elege um vereador em Lisboa, o independente José Sá Fernandes.
Em
2008
Zuraida Soares e José Cascalho são os primeiros deputados do Bloco na
Assembleia Legislativa Regional nos Açores. A Marcha contra a Precariedade
percorreu vários distritos do país, chamando a atenção para o abuso do trabalho
temporário e o plano do PS para rever o Código Laboral, acentuando a
precarização do trabalho.
Em
2009
0 Bloco atingiu o seu melhor resultado até então nas três eleições do ano.
Passou de um para três eurodeputados e de oito para dezasseis deputados em São
Bento. Nas autárquicas, elegeu nove vereadores e manteve a presidência da
Câmara de Salvaterra de Magos.
Em
2010
o Parlamento aprova a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O
Bloco participou nos protestos contra a cimeira da NATO em Lisboa
Em
2011
a candidatura presidencial de Manuel Alegre, apoiada pelo Bloco, não impediu
Cavaco de ser reeleito à primeira volta. PS e direita assinam o memorando da
troika e as eleições legislativas que se seguem penalizam o Bloco, reduzindo a
metade o seu grupo parlamentar.
Em 2012 o
Bloco faz campanha contra as políticas de empobrecimento seguidas pelo governo
e a troika. A Convenção do Bloco aprova um modelo de coordenação paritário.
João Semedo e Catarina Martins substituem Francisco Louçã na liderança do
partido.
Em 2013 nas
eleições autárquicas, o Bloco perde a Câmara de Salvaterra e passa de nove para
oito vereadores a nível nacional. Elege pela primeira vez em Torres Novas e
Portimão e participa na vitória histórica da esquerda no Funchal.
Em
2014, após uma Convenção com duas moções praticamente empatadas,
acaba o modelo de coordenação paritária e Catarina Martins assume o lugar de
porta-voz do partido. Nas eleições europeias: com um resultado inferior ao de
2009, o Bloco só consegue eleger Marisa Matias para o Parlamento Europeu.
Em 2015 nas
eleições regionais da Madeira, o Bloco recupera presença no parlamento, ao
eleger dois deputados enquanto que nas eleições legislativas o Bloco alcança o
melhor resultado de sempre e elege 19 deputados. Com a direita em minoria no
parlamento, é assinado o acordo que viabiliza o governo do PS nesta
legislatura.
Em
2016
Marisa Matias alcança 10% dos votos e torna-se a mulher mais votada nas
eleições presidenciais em Portugal, ultrapassando o resultado de Maria de Lourdes
Pintasilgo em 1986. Nas eleições
regionais dos Açores, o Bloco alcança o melhor resultado de sempre, formando
pela primeira vez um grupo parlamentar com dois deputados.
2017 - Nas
eleições autárquicas de 2017, o Bloco aumentou a sua representação, alargando-a
aos executivos de Lisboa, Amadora, Vila Franca de Xira, Abrantes e Almada.
Bloco e PS assinam acordo com 80 pontos, incluindo manuais escolares gratuitos
até ao 12º ano e um programa público de renda acessível.
Em
2018
Trabalhadores das pedreiras comemoram com o Bloco a vitória da equiparação do
regime de acesso à reforma antecipada ao dos mineiros.
2019, ano
de eleições, o Bloco reforça a bancada no Parlamento Europeu, com a eleição de
Marisa Matias e José Gusmão. Na Madeira, perde os dois deputados eleitos em
2015. Nas legislativas, elege 19 deputados, mas o PS recusa renovar o acordo
político à esquerda, pondo fim à “geringonça”. Ao fim de um ano de duras
negociações, é aprovada a nova Lei de Bases da Saúde, baseada no projeto
apresentado por António Arnaut e João Semedo, que já não viveram para ver a sua
proposta aprovada.
2020 -
Eleições regionais dos Açores: Bloco aumenta votação e mantém a bancada de dois
deputados conquistada em 2016. | Na discussão sobre o Orçamento de 2021, o
Bloco anuncia o voto contra por considerar insuficientes as verbas para
responder às necessidades do SNS e da proteção social a quem perdeu o emprego
na pandemia.
2021 - Nas
eleições presidenciais Marisa Matias volta a ser a candidata apoiada pelo
Bloco, obtendo 4% dos votos. Nas eleições autárquicas, o Bloco viu reduzir o
número de eleitos, mas alcançou pela primeira vez um lugar na vereação da
cidade do Porto.
Finalmente,
em 2022, nas eleições convocadas após o chumbo do Orçamento para
2022, o PS obtém maioria absoluta e o Bloco é penalizado com a redução da
bancada para cinco deputados.
Cristina
Ferreira, 04/03/2020
Sem comentários:
Enviar um comentário