UM
NOVO GOVERNO É EMPOSSADO, MAS O PROGRAMA É O MESMO…
O
XXIII Governo Constitucional tomou posse esta quarta-feira e o
primeiro-ministro anunciou que o Programa de Governo a apresentar na próxima
semana ao Parlamento será igual ao programa eleitoral das legislativas do final
de janeiro.
Para o
líder parlamentar do Bloco de Esquerda quando o primeiro-ministro “diz que vai
apresentar o mesmo programa de Governo com que foi a eleições, parece que não
houve uma guerra pelo meio, parece que não há uma inflação galopante no
imediato”. Para Pedro Filipe Soares, no discurso de António Costa “faltou uma
questão fundamental neste momento que é, face ao aumento dos preços galopante,
não há nenhuma resposta para os mais fragilizados economicamente da nossa
sociedade. É uma falha que é grande”, apontou.
O
Bloco de Esquerda entende que o Governo deve desde já responder “aos novos
desafios que a guerra traz” como o aumento dos preços, “o que isso significa
nas pensões e nos salários já baixos do nosso país”.
Se o
Programa de Governo não trará novidades quanto a estas respostas, a sua
necessidade foi reconhecida no discurso de António Costa, mas ainda sem
concretização. A intenção anunciada pelo primeiro-ministro é que as medidas
sejam feitas “assegurando que não há ruturas no abastecimento, controlando o custo
da energia e de matérias-primas essenciais, apoiando as empresas mais atingidas
e as famílias mais vulneráveis”. Prometendo um Governo de “modernização com
solidariedade social”, António Costa defendeu que “ao longo dos próximos anos o
país dispõe de condições únicas para romper definitivamente com um modelo de
desenvolvimento assente em baixos salários”.
Para o
líder parlamentar bloquista, a referência presidencial “não faz sentido”, ao
transformar o dia de tomada de posse do Governo no “dia de sequestro de um
primeiro-ministro num Governo”.
“O
primeiro-ministro não pode ter desculpas para não cumprir o seu mandato e não
pode ter desculpas para não o cumprir de forma a responder aos problemas
essenciais do país”, prosseguiu Pedro Filipe Soares, recordando que Costa teve
a maioria absoluta que pediu e por isso deve ter “a capacidade de responder ao
que não respondeu até agora”. Da parte do Bloco de Esquerda, pode esperar “uma
oposição construtiva, forte e que não lhe dará essa desculpa para não cumprir perante
o país”.
Cristina
Ferreira, 01/04/2022
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