sexta-feira, 1 de abril de 2022

Cristina Ferreira - Crónicas V (01ABR2022)

 


UM NOVO GOVERNO É EMPOSSADO, MAS O PROGRAMA É O MESMO…

 


O XXIII Governo Constitucional tomou posse esta quarta-feira e o primeiro-ministro anunciou que o Programa de Governo a apresentar na próxima semana ao Parlamento será igual ao programa eleitoral das legislativas do final de janeiro.

Para o líder parlamentar do Bloco de Esquerda quando o primeiro-ministro “diz que vai apresentar o mesmo programa de Governo com que foi a eleições, parece que não houve uma guerra pelo meio, parece que não há uma inflação galopante no imediato”. Para Pedro Filipe Soares, no discurso de António Costa “faltou uma questão fundamental neste momento que é, face ao aumento dos preços galopante, não há nenhuma resposta para os mais fragilizados economicamente da nossa sociedade. É uma falha que é grande”, apontou.

O Bloco de Esquerda entende que o Governo deve desde já responder “aos novos desafios que a guerra traz” como o aumento dos preços, “o que isso significa nas pensões e nos salários já baixos do nosso país”.

Se o Programa de Governo não trará novidades quanto a estas respostas, a sua necessidade foi reconhecida no discurso de António Costa, mas ainda sem concretização. A intenção anunciada pelo primeiro-ministro é que as medidas sejam feitas “assegurando que não há ruturas no abastecimento, controlando o custo da energia e de matérias-primas essenciais, apoiando as empresas mais atingidas e as famílias mais vulneráveis”. Prometendo um Governo de “modernização com solidariedade social”, António Costa defendeu que “ao longo dos próximos anos o país dispõe de condições únicas para romper definitivamente com um modelo de desenvolvimento assente em baixos salários”.

Para o líder parlamentar bloquista, a referência presidencial “não faz sentido”, ao transformar o dia de tomada de posse do Governo no “dia de sequestro de um primeiro-ministro num Governo”.

“O primeiro-ministro não pode ter desculpas para não cumprir o seu mandato e não pode ter desculpas para não o cumprir de forma a responder aos problemas essenciais do país”, prosseguiu Pedro Filipe Soares, recordando que Costa teve a maioria absoluta que pediu e por isso deve ter “a capacidade de responder ao que não respondeu até agora”. Da parte do Bloco de Esquerda, pode esperar “uma oposição construtiva, forte e que não lhe dará essa desculpa para não cumprir perante o país”.

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 01/04/2022


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