Há sensivelmente três anos, os mineiros do baixo Alentejo estavam em greve. Se na Almina, em Aljustrel, lutavam por melhores condições de segurança e pelo fim da pressão e repressão, na Somincor, em Neves-Corvo, o pacote reivindicativo continha, entre outras, a humanização dos horários e o acesso à antecipação da idade de reforma por desgaste rápido dos trabalhadores de lavarias.
No decorrer deste tempo
algumas reivindicações foram atendidas embora nem sempre da forma que cada um
dos trabalhadores e trabalhadoras as imaginaram. Como em todas as grandes
mudanças, houve perdas, mais pesadas para alguns que para outros, mas também
houve ganhos que importam salientar.
Estes, são processos muito
complexos que naturalmente envolveram também as estruturas partidárias – da
qual o Bloco de Esquerda não se imiscuiu, órgãos governamentais e vontade
política para dar eco à luta dos trabalhadores, mas sobretudo foi a união destes
trabalhadores que permitiram essas mudanças.
Muitos tentaram desvalorizar a
capacidade de luta dos trabalhadores dizendo ser só um punhado de homens descontentes
a fazer barulho, porém com este pequeno punhado de homens e mulheres alcançou-se
o que se dizia ser impossível.
Não existem vitórias perfeitas
e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras é feita de muitas batalhas. Esta foi
só mais uma e somente a longitude no tempo poderá mostrar o quão significativa
ela foi.
Almodôvar, 24/11/20
Filipe M Santos
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