sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Cristina Ferreira - Crónicas IV (20NOV2020)

 



MEDIDAS MÍNIMAS PERANTE UMA PANDEMIA

 

Medidas mínimas perante uma crise, uma pandemia é a resposta que o governo PS apresenta: não são a solução, nada resolvem, pelo contrário só agravam as fragilidades já existentes, agravando condições sociais e económicas de uma população que luta com o vírus, com a manutenção do emprego.

A aposta deveria ser ao contrário: maior apoio nas diversas áreas pois, só assim, se pode reforçar o combate à covid19, apoiar o cumprimento das regras, bem como evitar não deixar ninguém ao abandono.

A saúde da população continua nas mãos do Serviço Nacional de Saúde e este necessita, urgentemente, de medidas de apoio que possam preservar a sua capacidade de resposta, assegurar o seu funcionamento em pleno de modo a responder a todas as situações, sejam elas urgentes ou não.

Por outro lado, o governo gasta milhares de milhões de euros em pagamentos a serviços de saúde privados, utilizando os recursos públicos, mas estes têm de ser utilizados de forma criteriosa pois não tem nenhum sentido que haja quem esteja a lucrar com a crise. O interesse público é primordial, mas numa situação de pandemia, de crise é imprescindível.

A ofensa feita aos profissionais de saúde através da oferta de vales de compras, seja  para angariar trabalhadores ou para aqueles que façam mais de 40 horas semanais,  mostra bem o empenho que o governo está a colocar na resolução do problema; vamos ajudar o Pingo Doce, esse exemplo imaculado de cumprimento da lei ao nível fiscal e laboral, e nem sequer dá hipótese de escolha de outro local de compra como, por exemplo, o famoso comércio local.

Na perspetiva do prolongamento do estado de emergência, as medidas daí resultantes devem ser baseadas na realidade das necessidades que se verificam atualmente, e nas que possam advir do seu prolongamento ou agravamento da situação de crise, pelo que  planear o que fazer  e como o fazer é urgente,  pois mudar todas as semanas  estratégias e medidas não é coerente com a eficácia de resultados e só cria confusão, insegurança e medo na população que se vê confrontada com restrições e sem resultados.

Uma comunicação clara e coerente à população permite compreender o risco, respeitar as medidas e, a nível individual, atuar face ao risco a que está exposta.

Nove meses de pandemia exigem fortes medidas de apoio económico e social, pois as medidas de restrição continuam a jogar para o universo da pobreza muita gente e colocam muitos setores em situações de rutura.

Precisamos de um orçamento capaz de responder à crise, precisamos de políticas que tenham a coragem de sair do populismo, da inércia, para enfrentar a realidade, as necessidades de um país em crise.

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 20/11/2020

 

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