sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Cristina Ferreira - Crónicas IV (22JAN2021)

 


ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS – DEFENDER A DEMOCRACIA

 

É já no próximo domingo que os portugueses irão escolher o próximo ou a próxima Presidente da República.

Esta eleição, realizada sob condições inéditas, é uma prova de fogo à nossa democracia.

São muitos os apelos para que os eleitores não se apresentem nas urnas sob pretexto de se protegerem da Covid. Mas pergunto: e a democracia quem a protege?

Desde março do ano passado que ela está sob feroz ataque e, aos poucos, com a desculpa da crise sanitária, algumas brechas têm sido abertas favorecendo o reaparecimento e reforço de ideologias que se julgavam ser coisa do passado.

Se dúvidas houvesse, a situação pandémica veio mostrar aos mais despercebidos “dessas coisas dos políticos” qual é um dos papéis do/a Presidente da República no sistema democrático nacional quando, ao decretar os vários estados de emergência, reduziu os direitos Constitucionais dos cidadãos e das cidadãs nacionais. Mas existem outras funções e responsabilidades do Presidente da República, sendo a prorrogação de leis uma delas, mas a principal será a defesa da soberania nacional.

A eleição de domingo ditará a próxima presidência e essa vai muito além do candidato ou da candidata que os portugueses elegerem. Ela determinará a dita Magistratura de Influência na política dos próximos anos: se vai continuar a ser mais do mesmo – por exemplo, reconduzindo o atual presidente; se vai mudar e ter um carácter progressista – por exemplo, elegendo Marisa Matias; ou se vai ser um carácter mais conservador – escolhendo outro candidato; ou ainda se vai retroceder no avanço civilizacional conseguido - escolhendo escancarar portas ao radicalismo xenófobo, homofóbico, racista e sexista.

Depois de diversas alterações, no Boletim de Voto constará na primeira posição o nome de um cidadão cuja candidatura, por falta de assinaturas válidas, não foi aceite o que tornará nulo os votos feitos neste nome. Esta não é uma situação inédita e será afixada nas assembleias de voto edital com informação correspondente.

Votar é um dever cívico e, até mesmo em situação pandémica, devemos combater a abstenção. Queira-se ou não, haja muitos eleitores ou poucos eleitores a votar, um ou uma presidente será eleita.

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Filipe Santos / Cristina Ferreira, 22/01/2021


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