sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Cristina Ferreira - Crónicas IV (15JAN2021)

 




PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA: RESPOSTAS DOS MANDATOS PARA A CRISE ATUAL E FUTURA

 

Marisa Matias considera “inaceitável” e “incompreensível” que “ao fim de quase um ano em sistemático anúncio de medidas", nunca se saber quais os apoios atribuídos para que as pessoas possam cumprir o confinamento com dignidade.

O contexto da pandemia trouxe mais gente para uma situação de pobreza, principalmente idosos, que mais que duplicou nos últimos tempos, mas também uma situação de isolamento e solidão.

Para responder de forma eficaz a estas situações há que ter, e executar, medidas de urgência para responder às situações de pobreza crescentes, que são urgentes no presente, mas que também o serão no horizonte dos próximos cinco anos, durante o tempo de mandato do/a Presidente da República, por isso não se deve apenas responder à emergência da pobreza, mas deve-se  também criar as condições para começar a erradicar a pobreza e isso significa apostar não só na criação de emprego, mas de emprego com direitos e com qualidade. Se a crise pandémica agravou problemas estruturais que já existiam há que dar respostas dignas para que estes não se prolonguem e agravem no tempo.

Os fundos disponíveis têm de ser para investir e criar emprego agora sendo esta uma das grandes críticas que Marisa Matias fez na sequência das novas medidas de confinamento anunciadas por António Costa.   Para Marisa Matias deve-se sempre responder àquilo que são as recomendações das autoridades de saúde. Mas não se pode é continuar ao fim de quase um ano em sistemático anúncio de medidas, de exigências, de confinamentos, de pedidos para que as pessoas possam responder a eles, e não sabermos nunca quando conhecemos as novas exigências, quais são os apoios que temos para poder garantir que as pessoas possam cumprir esse confinamento com dignidade e isso preocupa-me muito, concluiu Marisa Matias.

Colocar o problema da habitação no centro da agenda política é obrigação da/o candidato à Presidência da República pois este/a deve defender o direito à habitação, como inscrito na Constituição.

A candidata presidencial lembrou que “estamos num contexto de pandemia com períodos de confinamento”, onde nem toda a gente tem as mesmas condições para o fazer e onde encontramos “famílias grandes em casas muito pequenas”, “famílias que não têm recursos para poder aquecer as suas casas” e “pessoas e famílias que nem casa têm”.

Marisa Matias elogiou a lei “absolutamente urgente” que foi aprovada no Parlamento para que ninguém possa ser despejado até junho de 2021, mas esclarece que não se pode confundir uma ajuda com apoios. Mesmo não estando obrigadas a pagar agora as suas rendas como resultado da perda de rendimentos, Marisa lembrou que estas pessoas “estão na mesma a acumular uma situação de dívida que poderão não ter como responder”. Acrescentou que é preciso colocar “esta questão no centro da agenda política” porque “o problema da habitação já existia antes, existe agora e vai voltar a existir se nada for feito a seguir à pandemia”. Juntamente com a necessidade de “garantir a habitação como direito há o de tentar libertar a habitação do fenómeno tão persistente e permanente da especulação imobiliária”.

Marisa Matias tece duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa quando, num episódio recente, este “teve a oportunidade de se pronunciar numa disputa entre a especulação e as pessoas” e Marcelo “tomou o lugar da especulação e não das pessoas”, quando o lugar deve ser “sempre, sempre ao lado das pessoas” e ainda para mais quando “a Constituição tem um direito claríssimo à habitação”.

Estupefação foi também a reação de Marisa quando ouviu relatos de moradoras que escreveram ao Presidente da República sobre a luta para conservarem a sua habitação e ele escreveu de volta para que procurassem um advogado. 

Talvez se o pedido fosse para tirar uma fotografia a resposta fosse muito diferente!!

 

Caixa Alta, Rádio Castrense

Cristina Ferreira, 15/01/2021



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